O tutor que deixa de imunizar seu animal de estimação contra as principais doenças que podem o acometer se engana, caso considere que o ato de não vacinar seu pet não influencia na Saúde Pública como um todo, principalmente quando se trata de zoonoses. No mês em que é preconizado o combate contra a Leishmaniose Visceral Canina (LVC), destacamos a importância de prevenir o pet contra a doença.
Conforme explicado pela médica veterinária e gerente de Produtos Globais da área pet da Ceva Saúde Animal, Priscila Brabec, quando pensamos no conceito Saúde Única (homem, animal e ambiente), a imunização dos animais contra doenças que são zoonoses é uma ferramenta importantíssima e que tem impacto na Saúde Pública. “A Leishmaniose Visceral (LV), por exemplo, é uma zoonose (acomete humanos e cães, dentre outras espécies animais), sem cura parasitológica (para o animal e para o humano), e que tem o cão como principal reservatório da doença em ambiente urbano”, indica.
Isso significa dizer que o controle e a prevenção da LVC é muito importante: “Não apenas pelo convívio muito próximo do pet com o tutor, uma vez que a transmissão ocorre pela picada de insetos vetores (flebotomíneos) infectados, mas, particularmente, pelo fato de que o cão infectado é considerável fonte de infecção para o vetor transmissor do parasito causador da enfermidade”, explana Priscila. Por isso, segundo ela, evitar que o cão se torne um portador da doença é muito importante, já que o vetor transmissor (no Brasil, principalmente a espécie Lutzomyia longipalpis) é o mesmo para os cães e para os humanos.
Transmissão. A LVC é transmitida por meio da picada do flebótomo infectado (Lutzomyia longipalpis), que apresenta maior atividade do início da noite até a madrugada, conforme aponta Priscila. “Portanto, nesse período, o cão com acesso à rua/quintal pode ficar mais exposto do que um animal que fica dentro de casa. E, por se tratar de uma doença transmitida por vetor, é importante manter o animal sempre com um produto repelente, com o intuito de evitar a picada do flebótomo infectado com o parasito causador da LV”, destaca.
A executiva afirma que é importante ressaltar que o vetor Lutzomyia longipalpis se reproduz em matéria orgânica, como restos de folhas e frutas no chão, fezes e outras. “Por isso, não deixar acumular esse tipo de matéria orgânica no ambiente é essencial para evitar a reprodução do vetor transmissor”, adiciona.
Proteção. Segundo o médico veterinário e gerente Técnico da área pet da Ceva, Claudio Rossi, o produto Leish-Tec, da Ceva, é uma vacina recombinante e está no mercado há mais de 10 anos. “Ela é composta pelo antígeno A2 (proteína recombinante que direcionada a resposta contra o parasito causador da LV), adjuvante (saponina, cujo intuito é estimular o sistema imune), e excipiente/ conservante (solução salina tamponada/timerosal), compondo o volume total de 1mL por dose”, descreve.
A vacina, segundo ele, estimula o sistema imune do animal vacinado a produzir uma resposta celular, aquela considerada de resistência contra a LV para combater o parasito, caso o cão seja picado pelo flebótomo infectado. “Isso significa dizer que, como qualquer vacina, o intuito é melhorar a resposta imune do animal contra o agente, mas não impede a sua infecção pelo vetor, uma vez que não tem ação repelente/inseticida. Dessa forma, recomenda-se que sempre se a utilize associada a um produto repelente contra o flebotomíneo (Vectra 3D, por exemplo), conforme consta em bula do produto”, orienta.
A Leish-Tec é uma vacina recombinante e está nomercado há mais de 10 anos (Foto: divulgação)
A Leish-Tec possui proteção individual de até 92 a 96%, como revela o profissional, e é indicada para cães a partir de quatro meses de idade que sejam assintomáticos e soronegativos para LVC (por qualquer método sorológico aprovado pelo MAPA). “Para cães que iniciam a vacinação com Leish-Tec, deve-se respeitar o seguinte protocolo: primo-vacinação em cães a partir de quatro meses de idade, com três doses da vacina em intervalos de 21 dias entre as doses, por via subcutânea”, elucida. Na revacinação anual, deve-se aplicar uma dose de Leish-Tec (via subcutânea), sendo que se deve contar um ano a partir da data da primeira dose de vacina administrada na primo-vacinação (não a partir da 3ª dose).
Rossi ainda cita que deve ser assinado o certificado de vacinação pelo responsável do cão ao iniciar o protocolo vacinal, individualmente para cada animal, o qual pode ser obtido no site pelo médico veterinário que acompanha o paciente. É necessário guardar o certificado por, pelo menos, três anos, por recomendação do MAPA.
Prevenir é o melhor remédio. O executivo lembra que a LVC é uma doença silenciosa, que pode ser fatal: não tem cura parasitológica e é uma importante zoonose. “Debater sobre o tema é muito importante a qualquer momento, principalmente pelo conceito de Saúde Única, a fim de minimizarmos o risco de propagação da doença. Dessa forma, reforçamos a importância de prevenir os cães com o conceito de dupla defesa: externamente, uso de repelente contra o vetor transmissor da LV (Vectra 3D), e internamente, de vacina para estímulo do sistema imune do animal contra o patógeno (Leish-Tec)”, aconselha.
Pensando nisso, o Gerente Técnico argumenta que o tratamento de um cão com LVC será para o resto de sua vida com o acompanhamento de um veterinário. “Dessa forma, a prevenção sempre deve ser a 1ª opção, principalmente para a qualidade de vida do cão”, pondera.
A Ceva disponibiliza o site Leishmaniose Visceral Canina, com informações importantes e relevantes sobre a doença, destacando a importância da prevenção, que pode ser consultado por veterinários e tutores. Vale lembrar que a vacina Leish-Tec não é recomendada para gatos.
Fonte: Revista Cães e Gatos