Calazar é o nome popular para a Leishmaniose Visceral, uma zoonose, por tanto pode afetar humanos e animais. Em 2016, o Brasil já respondia por 90% dos casos registrados em toda a América Latina.
A Leishmaniose é causada por protozoários do gênero Leishmania. Ao contrário do que circula no imaginário popular, a Leishmaniose não é uma doença contagiosa, e a sua infecção se dá por meio da picada de vetores contaminados, como veremos adiante.
Antes de responder se o Calazar que infecta os humanos e os cachorros são a mesma doença, temos que entender um pouco mais sobre os tipos de Leishmaniose e as suas espécies mais comuns no Brasil.
Leishmaniose Tegumentar
A Leishmaniose Tegumentar causa feridas que acometem a pele e mucosas. Um indivíduo infectado pode apresentar diversos tipos de lesões, em vários casos indolores. Também pode atingir a garganta e o nariz, causando sangramentos e feridas.
De acordo com a FIOCRUZ, existem sete espécies de leishmania tegumentar catalogadas no Brasil, são: Leishmania (V) braziliensis, Leishmania (V) guyanensis, Leishmania (V) lainsoni, Leishmania (L) amazonenses, Le.(V) shawi, Le. (V) naiffi e Le. (V) lindenbergi.
Leishmaniose Visceral
A Leishmaniose Visceral (Leishmania chagasi) é a espécie de Leishmaniose mais comum em cães e humanos. A ela que se atribui o nome popular de Calazar. A forma visceral da doença pode afetar diversos órgãos internos do hospedeiro, especialmente: baço, fígado e medula óssea.
No Brasil, o principal vetor do Calazar é o flebotomíneo Lutzomyia Longipalpis, conhecido como Birigui, Asa Branca e principalmente como Mosquito-Palha.
Nos humanos, pode levar a morte em até 90% dos casos e as principais vítimas são as crianças. Nos cães, o índice de letalidade pode ser ainda maior.
A Leishmaniose Visceral Canina é uma doença de evolução crônica que, infelizmente ainda não possui cura parasitológica.
Os principais sintomas do Calazar são:
Em humanos
- Febre irregular de longa duração (mais de 7 dias);
- Falta de apetite, emagrecimento e fraqueza, e;
- Barriga inchada (pelo aumento do fígado e do baço, com o passar do tempo).
Em cães
- Alopecia – perda de pelos;
- Descamação da pele – sobretudo no focinho;
- Úlceras na pele – mais comum na orelha, no focinho e na cauda;
- Emagrecimento;
- Desânimo; e,
- Onicogrifose – crescimento excessivo das unhas.
Os sintomas podem começar a afetar o cachorro aleatoriamente, e é por isso que somente um médico-veterinário pode diagnosticar com precisão o Calazar no seu cão. Além disso, os cães podem ficar infectados por vários anos sem apresentarem sinais clínicos.
Como acontece a transmissão do Calazar
A transmissão do Calazar acontece após a picada de um vetor contaminado, tanto nos animais, quanto nos humanos. Como mencionado, no Brasil o principal vetor é o Mosquito-Palha, que a depender da região pode ser conhecido por outros nomes, tais como: Birigui, Asa Branca ou Palhinha.
A transmissão da doença acontece quando uma fêmea contaminada pica um mamífero e dessa forma transfere o protozoário para a vítima. No caso da Leishmaniose Tegumentar, não há evidências que comprovem o papel de animais domésticos como reservatórios das leishmanias, mas não significa que estes não sejam eventuais hospedeiros do parasita.
Entretanto, a Leishmaniose Visceral ou Calazar, tem como seu principal reservatório em áreas urbanas o cão. Isso acontece por que no organismo do cachorro o parasita encontra um ambiente propicio para a proliferação, em comparação com outros mamíferos urbanos.
Prevenção do Calazar nos cachorros
Combater o Mosquito-Palha é primordial para vencer a guerra contra esta terrível doença, e para isso, é preciso manter quintais limpos, descartando adequadamente o lixo orgânico (folhas, restos de frutas e fezes de animais), limpando o abrigo dos animais e adotando medidas de proteção individual, como usar repelentes.
E neste sentido, a CEVA Saúde Animal, criou o método multimodal conhecido como Double Defense ou Dupla Defesa.
Um pouco mais sobre o conceito Double Defense da Ceva
O conceito Double Defense ou Dupla Defesa consiste numa abordagem multimodal de proteção à Leishmaniose Visceral Canina (LVC).
A estratégia é proteger o cão por fora, através do repelente tópico Vectra 3D®, que é capaz de evitar a picada do flebótomo infectado e transmissor do Calazar. Essa proteção externa, forma um escudo protetor que associada sistemicamente à vacina Leish-Tec®, amplia a proteção.
Leish-Tec® é uma vacina recombinante contra a Leishmaniose Visceral Canina e sua função é estimular o sistema imune do cão (resposta celular) para combater e eliminar o parasito (leishmania infantum chagasi), caso o cão seja picado pelo mosquito palha infectado.
A vacina Leish-Tec® faz então a proteção interna e apresentou proteção individual entre 92% a 96%, além disso, é a única vacina recombinante aprovada pelo MAPA e pelo Ministério da Saúde no Brasil.